O envelhecer não é bem visto pela maioria das pessoas, chegando algumas até a rejeitar tal situação, o que naturalmente sabemos, não é possível. O processo de envelhecimento aliado a esta rejeição tende a provocar sentimentos como angustias, incertezas, inseguranças, que podem ser potencializados por uma sociedade onde o culto pelo corpo perfeito, a competitividade, a baixa valorização e por vezes descuido e desrespeito pelo idoso imperam.
Como se preparar para envelhecer sem sofrimento?
A prevenção é o melhor caminho. As pessoas tendem a negligenciar esta etapa da vida, por dificuldade de entrar em contato com a possibilidade do envelhecer como a perda da vitalidade, da beleza, da energia, da utilidade, e com isto não se preparam para esta fase, descuidando durante grande periodo da vida de sua saúde fisica (falta de atividade, falta de chekups clinicos, admissão de vícios, estress), da sua vida social (estabelecimento de grupos de amigos, viagens, encontros) e também de sua saúde financeira. Deveríamos planejar nossa velhice como planejamos várias atividades em nossa vida profissional e emocional. Devemos ter várias frentes de atuação para ir lançando mão a medida que as limitações aparecerem.
A evolução do envelhecimento constuma causar angustia?
Sim, angustia, ansiedade, baixa auto estima, insegurança, introspecção, sensação de inutilidade. Ao começar a vivenciar o envelhecer o ser humano é obrigado a resignificar vários valores, expectativas, crenças e atitudes e isto naturalmente provoca estes sentimentos além do fato de que fazer parte de uma sociedade onde o envelhecer é desvalorizado, negligenciado e desrespeitado pode potencializar tais sentimentos tambem.
Como combater estes sentimentos?
O ideal é não negar e/ou camuflar tais sentimentos e sim elaborar, tentar entender, trocar informações, tirar dúvidas, pesquisar sobre, tornar explicitas suas dificuldades.
Nesta fase da vida, a depressão é mais comum?
Sim, a Depressão é a principal doença mental da 3a. idade, sendo desencadeada pela solidão, inatividade, perdas de entes queridos, sensação de inutilidade, desvalorização e impotência.
Quais os sinais?
Desanimo, introspecção, baixo contato social, baixa auto estima, muito ou pouco sono, alteração no apetite, descuido com a aparência, irritabilidade e até mesmo agressividade.
Como combater?
Um exame clínico acurado pode ser um norteador para melhorar a qualidade de vida da pessoa, detectanto possíveis problemas de saúde e determinando os cuidados, aliando a isto exercícios adequados as condições físicas do idoso, estimulação da socialização, incentivo a uma atividade de trabalho, resgate de afetos, enfim, acionar mecanismo que devolvam a auto estima e vontade de viver.
Não devemos esquecer que a Depressão é uma doença e sendo assim, Psicoterapia e tratamentos medicamentosos podem ser indicados.
A melhora no quadro de depressão é lenta? Cerca de quanto tempo? Depende de quais fatores?
Tudo depende do quadro geral do depressivo e de sua história de vida como por exemplo: seu nível de resiliência, o como lidou com situações adversas, como está e foi sua auto estima, como é seu contexto familiar, seu histórico profissional, sucessos, fracassos, seus relacionamentos, enfim, as diferenças individuais é que estabelecem o tempo desta melhora.
Desenvolver ou resgatar nos idosos sua capacidade de amar, pensar, interagir, cuidar de pessoas, trabalhar, assumir responsabilidades, lidar naturalmente com as mudanças de seu corpo, investir em projetos, se exercitar, alimentar-se de maneira saudável, diminuir vicios, são dicas básicas de um envelhecer com serenidade.
Linete L. Campos Psicóloga Clínica Psicoterapeuta Consultora Docente universitária – CRP.: 06/20843-1