Ao andarmos pelas ruas, ou adentrarmos restaurantes, shoppings, escolas e até mesmo cinemas, deparamo-nos sempre com a mesma cena, a grande maioria das pessoas completamente imersa em seus celulares, Smartphones ou computadores de mão.
Muitas vezes, até mesmo acompanhadas, as pessoas transferem o foco da sua atenção, do acompanhante para um aplicativo ou amigo virtual.
São cada vez mais freqüentes, relatos de pacientes que se relacionam mais virtualmente do que pessoalmente.
Tudo é desculpa para ficar “preso” ao mundo virtual.
O tímido que, geralmente, tem maior dificuldade para interagir, troca rapidamente, o falar “olho no olho”, pela conversa virtual. O jovem abre mão de passeios para ficar em casa, “preso” ao computador, ou ainda, reúne-se virtualmente para uma partida de game on line, ao invés de juntar-se à “turma” pessoalmente, para um bate papo e, por que não, jogarem presencialmente.
Não é incomum encontrarmos pessoas que buscam relacionamentos afetivos pela internet. E, infelizmente, até aquela ligação de felicitação pelo aniversário foi, praticamente, substituída pelo feliz aniversário virtual.
Onde é que ficam os relacionamentos interpessoais? De que forma construiremos o aprendizado do relacionar-se? O que ganhamos e o que perdemos com esta troca do pessoal pelo virtual?
É triste vermos as pessoas, cada vez mais, se isolarem com seus celulares em punho. Acreditam ter uma rede de amigos, mas no fundo, sabem que não podem contar com estas pessoas, efetivamente. Numa eventual emergência pessoal, não têm com quem contar e, ou desabafar.
Além de jovens e adultos, a tecnologia também atinge as crianças que, desde muito cedo, conhecem o mundo virtual e suas “armadilhas”.
Aonde vamos parar? Quando vamos resgatar a amizade, o companheirismo e o contato social?
Relacionar-se socialmente faz parte de um comportamento saudável, torna as pessoas mais felizes e completas, além do que, traz experiências de vida não vivenciadas numa relação virtual.
Os relacionamentos interpessoais e o convívio social, além de promoverem laços afetivos, propiciam diversas habilidades tais como, as de integração, diálogo, argumentação, negociação, resolução de conflitos, ouvir, influenciar, motivar, entre outras.
Sabemos da importância da tecnologia, portanto, seria impensável a exclusão dela da nossa vida, porém, é importante e necessário, o seu uso com limites.
Tecnologia – podemos utilizá-la a nosso favor e não contra. Só assim conseguiremos evitar o “vício” e, alcançarmos o equilíbrio entre outras esferas na nossa vida.
Eliane G. Orte André – Psicóloga Clínica / Orientadora Profissional e Consultora de Empresarial / CRP: 06/533840